<i>BCE</i> dá aos bancos o que nega aos estados

O Banco Central Europeu (BCE) definiu, em meados do mês, um conjunto de novas «medidas não convencionais para facilitar o acesso do sector bancário à liquidez e melhorar o funcionamento do mercado interbancário».

Além de ter reduzido a taxa de juro para um por cento, o BCE decidiu conceder empréstimos à banca por um período inusitadamente longo de três anos, em vez de um, diminuindo também as garantias habitualmente exigidas para a concessão dos créditos.

Face a tais condições, que representaram um gordo presente de Natal para os banqueiros, os pedidos ultrapassaram todas as previsões: 523 bancos europeus requisitaram um total de 489 190,75 milhões de euros, qualquer coisa como três vezes o Produto Interno Bruto de Portugal.

Com esta fartura de liquidez, os bancos podem investir no sumarento mercado da dívida soberana, onde os elevados juros cobrados aos estados, pagos pelos povos com língua de palmo, lhes garantirão abundantes lucros, permitindo recuperar as colossais perdas sofridas com o rebentamento da chamada bolha do suprime.

De resto, dizem os especialistas do sector, esta ajuda tão generosa foi providencial para afastar «o espectro da falência das instituições financeiras», cuja dívida, só na zona euro, ascende a mais de 600 mil milhões de euros, dos quais 230 mil milhões atingem a maturidade já no primeiro trimestre de 2012.

Mas os senhores da finança sabem que nada têm a temer. O presidente do BCE, Mário Draghi, já anunciou que vai realizar outra operação deste tipo a 20 de Fevereiro.



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